quarta-feira, 7 de julho de 2010


Quantas vidas você tem?

- Deixa acontecer, eu não quero te dar expectativas, não quero pensar no que pode nos acontecer, só quero pensar em você, no seu sorriso, no seu jeito, no quanto eu gostei de te conhecer, no quanto teu beijo me alegra...
- Mas, mas , mas ...
- Não, não fala nada minha linda! Você só tem que entender que eu tô gostando desse nosso momento, que gosto do que tá acontecendo, gosto de você. Venho pensando tanto em você, você me faz feliz, até mesmo sem querer.
- Verdade? Que bom, meu lindo! Eu só quero ser e te fazer feliz, e não me importarei mais com o futuro, gosto desse nosso momento, e vou vivê-lo. Ainda bem que você veio falar comigo naquele dia, sabia? :')
- Ainda bem que você me deu seu telefone e a gente não perdeu o contato. Tá vendo aquela estrada daquele quadro?
- Uhum. O que que tem? '-'
- Sabe o que tem depois daquela curva? Um casa, muuuito escura e com aspectos de abandono e desprezo total, mas mesmo assim ainda tem cercas elétricas, arames farpados e um muro alto, como segurança. E, que surpresa! O portão está aberto.. lá dentro da casa? Um luz muuuuito forte está cegando os meus olhos mas à medida que eu chego perto, a luz vai diminuindo e se tornando um sorriso, um lindo sorriso. Sabe de quem é esse sorriso? O seu.
- Ow meu lindo, que belas palavras, fico muito feliz em poder estar te ajudando.
- Sabe? A casa velha e abandonada é o meu coração, e a segurança foi todos os muros que eu criei para não me apaixonar mais, para não sofrer.Mas você conseguiu, encheu esse meu coração de vida e hoje, consigo pensar num amor, consigo pensar em ser feliz com você, pra sempre. A gente sempre vai ter um ao outro, eu te prometo.
Um longo beijo selou aquilo que palavras não seriam capazes de descrever.
( Diálogo real, ocorrido no dia 11.04.2010 )
O tempoque te trouxe pra mim, foi o mesmo que me afastou de ti. Acho que só eu acreditei na história da casa velha, só eu me entreguei completamente. E, hoje, depois de 2 meses ainda não consigo achar uma forma lógica de fazer minha vida sem você. Está presente em tudo que eu faço e vejo. Mas, por favor, até quando eu vou acordar querendo morrer? (...)
( Desabafo de dor, saudade, amor, paixão, ira. )
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terça-feira, 6 de julho de 2010


O que mais você quer?


"...Nada é tão comum como resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais. Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que mais lhe falta?
Imagine a garota acusando o golpe e confessando: sim, quero mais. Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um inquilino inevitável. A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.
Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino. Que nunca aceite a ideia de que a maturidade exige um certo conformismo. Que eu não tenha medo nem vergonha de ainda desejar.
Quero uma primeira vez outra vez. Um primeiro beijo em alguém que ainda não conheço, uma primeira caminhada por uma nova cidade, uma priméria estréia em algo que nunca fiz, quero seguir desfazendo as virgindades que ainda carrego, quero ter sensações inéditas até o fim dos meus dias.
Quero ventilação, não morrer um pouquinho a cada dia sufocada em obrigações e em exigências de ser a melhor mãe do mundo, a melhor esposa do mundo, a melhor qualquer-coisa. Gostaria de me reconciliar com meus defeitos e fraquezas, arejar minha biografia, deixar que vazem algumas ideias minhas que não são muito abençoáveis.
Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão errado e também sobre as que dão certo. Me permitir ser um pouco insignificante.
E, na minha insignificância, poder acordar um dia mais tarde sem dar explicação, conversar com estranhos, me divertir fazendo coisas que nunca imaginei, deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma, me conectar com as minhas outras possibilidades de existir. O que eu quero mais?
Me escutar e obedecer ao meu lado mais transgressor, menos comportadinho, menos refém de reuniões familiares, marido, filhos, bolos de aniversário e despertadores na segunda-feira de manhã. E também quero mais tempo livre. E mais abraços.
Pois é, ninguém está satisfeito. Ainda bem."
(Conto 'O que mais você quer?' do livro Doidas e Santas, Martha Medeiros)
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domingo, 4 de julho de 2010


Ya no Importa

 Depois de tantos dias sem notícias eu, enfim, já não me importo. Não me importo com a cara que eu vou aparecer naquela festa de luxo, já não me importa em estar usando a mesma roupa há dias, não me importo com quem vai ganhar a Copa do Mundo, não me importo se tô com fome, frio ou sede.  Já não me interessa mais se sai bem na foto ou não. Na verdade, minhas fotos tornaram-se velhas e descoloradas.
 São coisas que eu achei que poderia superar mas, eu errei, errei de novo. Não me reconheço mais, não me reconhecem mais... Você levou minha vontade de  sorrir, me roubou a paz,  me tomou o amor. E agora, para onde eu vou se meus pés ainda seguem os seus? [...]
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